sábado, 28 de fevereiro de 2009

LEITURA OBRIGATÓRIA

Especialistas em Consumo, como é o nosso caso, não podem deixar de ler estes dois livros. 

Obras recentes do filósofo francês Gilles Lipovetsky e do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Ambos bem conhecidos por nós durante o curso, são autores com livros indicados pela nossa querida professora Paula Pinto e Silva.
Duas obras que discorrem, discutem e analisam o comportamento de consumo, Lipovetsky apresenta a Sociedade de Hiperconsumo e Bauman expõe sua visão sobre a vida contemporânea e a transformação das pessoas em mercadorias.

A FELICIDADE PARADOXAL (2006)
Ensaio sobre a Sociedade de Hiperconsumo.
Autor: LIPOVETSKY, Gilles
Tradução: Maria Lucia Machado
Editora: Companhia das Letras
Assunto: Filosofia e Consumo
Dados: 408 pág - 1a.ed

Sinopse
O consumo traz felicidade? Tentando entender a ambigüidade de uma época em que a felicidade é valor máximo, mas carrega consigo inúmeras aflições do espírito, Lipovetsky cria a tese de que, na sociedade de hiperconsumo, essa felicidade é paradoxal. De um lado, estão dadas as condições para que as aspirações individuais sejam satisfeitas pelo mercado; de outro, também estão postos os obstáculos que se contrapõem à postura hedonista do indivíduo contemporâneo. O hiperconsumidor tem acesso ao ter, mas aspira o ser; os mais diversos prazeres sensoriais estão ao seu alcance, mas é preciso preservar a saúde, evitar os excessos, fazer regime, manter a forma. O que Lipovetsky propõe é a reavaliação da formação do indivíduo, com vistas ao fortalecimento da autonomia e da crítica, para que se possa resistir à sedução feérica da publicidade e do espetáculo.

VIDA PARA CONSUMO (2007)
A transformação das pessoas em mercadoria.
Autor: BAUMAN, Zygmunt
Tradução: Carlos Alberto Medeiros
Editora: Jorge Zahar
Assunto: Sociologia e Consumo
Dados: 200 pág. - 1a.ed

Sinopse
Zygmunt Bauman nos revela a verdade oculta, um segredo bem guardado da sociedade contemporânea - a sutil e gradativa transformação dos consumidores em mercadorias. As pessoas precisam se submeter a constantes remodelamentos para que, ao contrário das roupas e dos produtos que rapidamente saem de moda, não fiquem obsoletas. Bauman examina ainda o impacto da conduta consumista em diversos aspectos da vida social - política, democracia, comunidades, parcerias, construção de identidade, produção e uso do conhecimento. E não esquece de analisar como esta característica parece evidente no mundo virtual - redes de relacionamento, como Orkyt e MySpace, não trabalham com a idéia do homem como produto?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

DATAS NA AGENDA

SARAU FILOSÓFICO da SOCIEDADE DO SABER
Datas dos Encontros


As datas marcadas são referentes aos nossos 12 encontros no ano.
Ainda teremos alguns encontros "extraordinários" em datas e locais a serem definidos.

ATENÇÃO: as datas abaixo deverão ser alteradas, aproveitaremos o Sarau do dia 05/março para acertar novo dia.

30/abril - véspera de feriado do Dia do Trabalho
19/novembro - véspera de feriado em São Paulo

UP DATE 
28/abril - data alterada para o Sarau antes marcado para 30/abril

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

DEBATE "WHOPPER VIRGINS"

DISCUSSÃO EM GRUPO - I SARAU FILOSÓFICO 2009, em 29/jan.

Rafa Gonçales foi o debatedor e nos apresentou o vídeo "Whopper Virgins" do Burger King, disponível no site whoppervirgins.com.
A campanha trazia teasers na TV e anúncios, como o exemplo mais abaixo, e foi encarada como um projeto de conteúdo centrado no vídeo, que foi lançado no início de dezembro de 2008, exclusivamente online. E causou polêmica, principalmente entre blogueiros.

A proposta era levar o sanduíche a lugares onde as pessoas não tivessem nem ouvido falar em hambúrguer. Para isso, foram visitados lugares longínquos do planeta, como uma remota vila no norte da Tailândia, uma comunidade rural na Romênia e uma tundra ártica na Groenlândia.
Os nativos eram convidados a saborear o Whopper, o que nem sempre era muito fácil, mesmo no manuseio, e compará-lo ao Big Mac (também disponível para experimentação), identificando a preferência.

Os acirrados comentários na internet vão desde a profunda admiração pela idéia, elogiando a inusitada e inteligente sacada para a genuína performance em "geração de conteúdo", passando pelo entendimento de tratar-se de uma legítima "experiência antropológica" até chegar naqueles que sentenciam ferozmente o ato como ofensivo, imperialista e xenófobo. Vale dar uma olhada nos comentários do blog Brainstorm#9.

Equivocadamente, muitos atribuíram os comentários negativos à exploração de pessoas miseráveis, introduzidas forçadamente numa disputa entre duas corporações bilionárias. 
Mas o fato é que, não necessariamente, lugares remotos significam miséria, conforme comenta Paula Rizzo no blog Update or Die.

O Rafa nos levou à uma discussão mais profunda, calcada nos conceitos antropológicos que vimos no curso, com a nossa querida professora Paula Pinto e Silva, conforme demonstram alguns dos slides abaixo, apresentados por ele.


E os comentários do grupo foram bem interessantes, mas sem fechar uma conclusão definitiva sobre a campanha ter sido boa ou ruim, correta ou não - o que não era mesmo nosso objetivo. 
Discutimos a "experiência" apresentada pelo vídeo e pudemos expor complementares e diferentes pontos de vista sobre o projeto e seu propósito.
Mas num ponto todos concordamos: 
NÃO SE TRATA DE UMA EXPERIÊNCIA ANTROPOLÓGICA.
Conceitos básicos apreendidos no curso denotam claramente nossa posição:
- os "visitantes" não foram observar o real ponto de vista do nativo;
- não houve observação participante por parte dos "visitantes";
- o hambúrguer não foi introduzido socialmente naquela comunidade.

Vejam alguns comentários do Grupo:









E, finalmente, vale assistir novamente ao vídeo com o qual o Rafa encerrou sua apresentação. Também polêmico, trata-se de uma campanha para reinvindicação de uma nova categoria na premiação de Cannes, a Humanitarian Lion. E foi inspirado no vídeo "Whopper Virgins".
Polêmicas a parte, a "convocação" que encerra o vídeo é indiscutivelmente válida:
MILHÕES DE PESSOAS NÃO PODEM APROVEITAR O MUNDO.
PORQUE NÃO USAMOS NOSSA CRIATIVIDADE E FORÇA
PARA AJUDÁ-LOS UMA VEZ AO ANO?